OTEM E HOJE
2007
O tem-coronel Costa Veiga, na sua História Militar Portuguesa, regista o facto e dá-lhe foros de radicada autenticidade, indicando o enrugamento de S. Jorge, vizinho da ermida do Pilar. Por fonte, um documento do ano de 1014 que regista um pleito entre os importantes de Salvador de Penna Mayor.
Daí que temos pertinho um território que antes da fundação da Nacionalidade se guindara a fulcro de um movimento de reconquista cristã. Do referido cômoro cabreirinho, a abrir-se como um livro, parte em queda para o alpendre da Chã de Ferreira, se adivinha o rompimento de forças, de iniciativas de unidade e segurança, um rasgar de horizontes de independência e de promoção para além do rio Douro. Começava a esboçar-se, a firmar-se a demarcar-se o Condado Portucalense, em energias medidas com o colaço moça-rabe.
Também esta alegoria dos primórdios do historial pacense a servir de estímulo para audacioso;rumo... E vá imitá-lo em nossos dias... Ficar quieto é fenecer... Não ir mais longe, é temer o fim...
Não tardara, pois, - e vou urdindo o fio...
Muma de Vímaranis da conta de seus haveres: "Et in ferraria villa palatios ab integro per suis terminis et locis antiquis et cum suas adiuntiones et ecclesia sancte eolalíe virgínis et cum cunctis prestationobis suis". Celeiro mais copioso, sem dúvida, o posterior auferido pelos curatos e freirias da comunidade templária e crúzia de Ferreira. Não se perde por ali, nos esconsos de Barrimau ao retiro de Santa Maria de Sobre o Tâmega, a lenda dos enlouquecidos amores de Pedro por Inês. O conselheiral Diogo Lopes Pacheco é que não vira aquilo com bons olhos...Nada de ciumeira?... O retalho pacense como sala central, limpa, convidativa, em piso arejado e varrido de sol fecundante, no enorme julgado de Aguiar de Sousa (depois concelho) com o incómodo de Honras concedidas a nobres, e entre as quais as de Sam Martinho de Frazão (Ordem de Cristo e Alcoforados, de longa data) e a de Paços de Ferreira, conferida ao viso-rei Dom Cristóvão de Moura, marquês de Castelo Rodrigo, e representado entre nós pelo Almoxarife-procurador, de quando em quando, em escrituranças no lugar de Picafrio, de propriedades em Cuqueda, Casal de Rei, barria das Infestas, desde o assento da igreja de Meixumil (1611), no rol de outras prendas, por "bôs serviços à Fazen-da"(!), em Penna de ribeira, Basto, Vila Pouca de Aguiar, etc.
Para além de Alcoforados, a pontificar no concelho de Frazão, integrado nos de Refojos, viam-se fartinhas as Comendas dos Ericeiras em Frazão, e do Convento de Tomar em Penamaior e Sanfins. A Coroa quase só a contar com os caminhos... Apenas o Foral de Sobrosa, ditado por D. Manuel, aos 15 de Outubro de 1519, acusa uma listagem ou matriz predial, pois quase se quer saber quem mora e quem paga. Pena de degredo aplicada a qualquer pessoa que abusasse dos direitos nomeados pelo Venturoso. Juizes, vintaneiros, quadrilheiros e mesmo os cprivaaes e offiçiaaes, e praticamente os almoxarifes... com a alma por uma linha.
A grande extensão do concelho de Aguiar de Sousa concitou arranjos de poder local. A sua hegemonia política acusou quebras com a criação, por exemplo, da Honra e vila de Sobrosa, a cobrir jurídica e administrativamente a maior parte do actual termo pacense, ou seja a milenária Chã de Ferreira. Ainda em 1706, acusava forte relevância o Couto de Ferreira com juiz ordinário e dos órfãos, eleito pelo povo, com vereadores e procurador e escrivão.
Fluxo de desenvolvimento íntra-muros, a oferta e procura de géneros, peças de abegoaria, de animais caseiros, de outras necessidades nas feiras do Cô e Freamunde, ambas criadas no séc. XVIII; mais revolução social a partir da emigração para o Brasil, abrindo possibilidades de novos cargos de prestígio regional por seus capitães de Ordenanças, liames da Corte de Sua Magestade, e através dos quais o Poder Central busca medidas de fomento, mesmo no seio da Lavoura.
Paços de Ferreira, como concelho, nasceu de um pulsar nacional. Houve esclarecida atenção às comodidades das gentes. De começo quase não se quis acreditar na lei de 6 de Novembro de 1836 que legitimara o nosso concelho.
Durante cem anos este rincão pacato não deu nas vistas. Problemas pequenos. Marcante direi a criação da comarca em 1890. A confusão política não trouxe benefícios por aí além...
Em 1936 (festejara-se então o 1.° centenário da fundação jurídica) vim encontrar o concelho como um jovem simples, fortalhaço, pronto para ir à feira acertar mesada e usos, muito curioso. Sangue na guelra, estuante de dádiva generosa...
Entrara a ser despertado...Dos feirotos de bom equilíbrio económico rural, outros anseios...Quem os não tem? Pequenas indústrias a vicejar e outras já em condomínio na marcenaria. Expansão crescente como labareda alta que tudo envolve...E como na Penna de Cide, o romper desta II Feira Industrial e Agrícola em desafio de lançamento comercial e industrial para outros mundos...Muito para ver, admirar e apetecer...do torno, da goiva, do arado, do tear, de mãos de fada... Pela sua amável presença, a nossa estima e hospitalidade, e votos de feliz regresso.
Daí que temos pertinho um território que antes da fundação da Nacionalidade se guindara a fulcro de um movimento de reconquista cristã. Do referido cômoro cabreirinho, a abrir-se como um livro, parte em queda para o alpendre da Chã de Ferreira, se adivinha o rompimento de forças, de iniciativas de unidade e segurança, um rasgar de horizontes de independência e de promoção para além do rio Douro. Começava a esboçar-se, a firmar-se a demarcar-se o Condado Portucalense, em energias medidas com o colaço moça-rabe.
Também esta alegoria dos primórdios do historial pacense a servir de estímulo para audacioso;rumo... E vá imitá-lo em nossos dias... Ficar quieto é fenecer... Não ir mais longe, é temer o fim...
Não tardara, pois, - e vou urdindo o fio...
Muma de Vímaranis da conta de seus haveres: "Et in ferraria villa palatios ab integro per suis terminis et locis antiquis et cum suas adiuntiones et ecclesia sancte eolalíe virgínis et cum cunctis prestationobis suis". Celeiro mais copioso, sem dúvida, o posterior auferido pelos curatos e freirias da comunidade templária e crúzia de Ferreira. Não se perde por ali, nos esconsos de Barrimau ao retiro de Santa Maria de Sobre o Tâmega, a lenda dos enlouquecidos amores de Pedro por Inês. O conselheiral Diogo Lopes Pacheco é que não vira aquilo com bons olhos...Nada de ciumeira?... O retalho pacense como sala central, limpa, convidativa, em piso arejado e varrido de sol fecundante, no enorme julgado de Aguiar de Sousa (depois concelho) com o incómodo de Honras concedidas a nobres, e entre as quais as de Sam Martinho de Frazão (Ordem de Cristo e Alcoforados, de longa data) e a de Paços de Ferreira, conferida ao viso-rei Dom Cristóvão de Moura, marquês de Castelo Rodrigo, e representado entre nós pelo Almoxarife-procurador, de quando em quando, em escrituranças no lugar de Picafrio, de propriedades em Cuqueda, Casal de Rei, barria das Infestas, desde o assento da igreja de Meixumil (1611), no rol de outras prendas, por "bôs serviços à Fazen-da"(!), em Penna de ribeira, Basto, Vila Pouca de Aguiar, etc.
Para além de Alcoforados, a pontificar no concelho de Frazão, integrado nos de Refojos, viam-se fartinhas as Comendas dos Ericeiras em Frazão, e do Convento de Tomar em Penamaior e Sanfins. A Coroa quase só a contar com os caminhos... Apenas o Foral de Sobrosa, ditado por D. Manuel, aos 15 de Outubro de 1519, acusa uma listagem ou matriz predial, pois quase se quer saber quem mora e quem paga. Pena de degredo aplicada a qualquer pessoa que abusasse dos direitos nomeados pelo Venturoso. Juizes, vintaneiros, quadrilheiros e mesmo os cprivaaes e offiçiaaes, e praticamente os almoxarifes... com a alma por uma linha.
A grande extensão do concelho de Aguiar de Sousa concitou arranjos de poder local. A sua hegemonia política acusou quebras com a criação, por exemplo, da Honra e vila de Sobrosa, a cobrir jurídica e administrativamente a maior parte do actual termo pacense, ou seja a milenária Chã de Ferreira. Ainda em 1706, acusava forte relevância o Couto de Ferreira com juiz ordinário e dos órfãos, eleito pelo povo, com vereadores e procurador e escrivão.
Fluxo de desenvolvimento íntra-muros, a oferta e procura de géneros, peças de abegoaria, de animais caseiros, de outras necessidades nas feiras do Cô e Freamunde, ambas criadas no séc. XVIII; mais revolução social a partir da emigração para o Brasil, abrindo possibilidades de novos cargos de prestígio regional por seus capitães de Ordenanças, liames da Corte de Sua Magestade, e através dos quais o Poder Central busca medidas de fomento, mesmo no seio da Lavoura.
Paços de Ferreira, como concelho, nasceu de um pulsar nacional. Houve esclarecida atenção às comodidades das gentes. De começo quase não se quis acreditar na lei de 6 de Novembro de 1836 que legitimara o nosso concelho.
Durante cem anos este rincão pacato não deu nas vistas. Problemas pequenos. Marcante direi a criação da comarca em 1890. A confusão política não trouxe benefícios por aí além...
Em 1936 (festejara-se então o 1.° centenário da fundação jurídica) vim encontrar o concelho como um jovem simples, fortalhaço, pronto para ir à feira acertar mesada e usos, muito curioso. Sangue na guelra, estuante de dádiva generosa...
Entrara a ser despertado...Dos feirotos de bom equilíbrio económico rural, outros anseios...Quem os não tem? Pequenas indústrias a vicejar e outras já em condomínio na marcenaria. Expansão crescente como labareda alta que tudo envolve...E como na Penna de Cide, o romper desta II Feira Industrial e Agrícola em desafio de lançamento comercial e industrial para outros mundos...Muito para ver, admirar e apetecer...do torno, da goiva, do arado, do tear, de mãos de fada... Pela sua amável presença, a nossa estima e hospitalidade, e votos de feliz regresso.